sábado, 21 de junho de 2014

CAMPO PEQUENO EM TRÊS ATOS

 CAMPO PEQUENO EM …TRÊS ATOS
SUCESSO ARTÍSTICO
NA GRANDE NOVILHADA
DO CAMPO PEQUENO

VOLTA AO REDONDEL PARA DOIS TRIUNFADORES.
JOSÉ GARRIDO E O GANADERO JOAQUIM GRAVE.
Resultou num excelente espectáculo a novilhada realizada na Praça de Toiros do Campo Pequeno, na noite de ontem dia 19, para o que foi fundamental o curro de novilhos enviado pelo ganadero Eborense, Murteira Grave, ganaderia esta, a atravessar um excelente momento pelos productos que fornece. O público que não compareceu em demasia, prenchendo menos de meia casa do tauródromo Alfacinha, divertiu-se, dado o alto nível do espectáculo, em que actuaram os cavaleiros Manuel Vacas de Carvalho e o amador Luís Rouxinol filho (que deveria ter prestado provas para praticante, mas que na véspera, foi impedido pela I.G.A.C. ) o novilheiro espanhol José Garrido e o português Diogo Peseiro. As pegas estiveram a cargo dos Forcados Amadores da Arruda dos Vinhos.
   Manuel Vacas de Carvalho abriu praça, e lidou um novilho inicialmente de pouca mobilidade e distraído, mas bravote,  ao qual colocou três compridos a quarteio, algo descaídos. Nos curtos redimiu-se, e rubricou uma bela actuação, com três excelentes em sortes frontais, com o antagonista a crescer, ferro após ferro, culminando com dois “violinos”. Bruno Silva executou uma valente pega de caras.
   José Garrido esteve esforçado no segundo, lanceando de capa à verónica e por chicuelinas. A faena de muleta foi um aperitivo, para o que depois se viria a contemplar, poderosa e mandona. No quarto, um “ensabanado de pelagem”, belo de tipo, pouco permitiu  com o percal. Depois de bandarilhado pela quadrilha, passou à muleta do diestro de Badajoz, que lhe instrumentou sucessivas séries por ambos os lados, que puseram as bancadas ao rubro, com o nobre animal a investir codiciosamente  e com nobreza. Garrido foi baixando a mão, com este a humilhar e a seguir os voos da sua poderosa muleta, numa faena antológica, em que não faltaram os trincherazos de fino recorte. Todo um compêndio de toureiria, de gosto requintado, dum toureiro que está posto para altos voos. Faena esta brindada ao famoso criador do “Palomo”, Joaquim Grave, que no final o acompanhou na volta triunfal ao redondel.
   Diogo Peseiro, esteve variado nos lances de capa, com que recebeu o terceiro. Bandarilhou-o com facilidade, com dois pares a quarteio e um “violino”. Com a flanela rubra esteve empenhado, em belas séries ligadas pela direita, rematadas com passes de peito a varrer os lombos do cumpridor antagonista. No quinto, foi à porta da gaiola saudá-lo com uma larga afarolada de joelhos, com que o recebeu. Voltou a bandarilhar, colocando dois excelentes pares a quarteio, outro em sorte de “violino”, e culminou com um ajustadíssimo quiebro de paus curtos, sentado no estribo citou, e num escasso palmo de terreno, logrou cravar um arrojado par, que arrepiou. Esteve empenhado e valente na faena de muleta, culminada com o simulacro da estocada com a bandarilha e sem muleta.
   Por fim, Luís Rouxinol filho rubricou uma magnífica actuação, perante um bom novilho. Dobrou—se airosamente para pôr o novilho em sorte e colocar com destreza os três compridos, partindo recto. Nos curtos, foi uma actuação empolgante num sucedâneo de boa ferragem, rematada com ajustadíssimas piruetas. Trocou de montada e com o “Ulisses”, (uma das estrelas da quadra de seu pai), executou vistosos ladeios e recortes cingidos que surtiram de belo efeito e deliciaram a assistência. Com o toiro já a defender-se, e tardo na arrancada para a pega, o forcado Rodolfo Costa logrou fechar-se galhardamente ao primeiro intendo, e assim  fechar com chave de ouro, este inesquecível espectáculo, dirigido com grande eficiência e aficion, pelo antigo forcado Manuel Gama.



ALGUMAS DAS IMAGENS, PRODUZIDAS

JOSÉ  GARRIDO






MANUEL  VACAS  DE  CARVALHO


BRUNO  SILVA


DIOGO  PESEIRO






LUIS ROUXINOL filho



RODOLFO COSTA

Sem comentários:

Enviar um comentário