quarta-feira, 4 de setembro de 2013

O “SONHO, COMANDA A VIDA”
  
   Nem só de Dinastias vive a  Festa , em que pais passam o testemunho a seus filhos incutindo-lhes o gosto pela tauromaquia. Ao longo dos tempos, jovens houve que tentaram fazer carreira nas arenas. Desiludidos ao não conseguirem atingir as metas sonhadas, seguiram outros caminhos, obtendo o sucesso profissional noutras áreas, mas nunca esquecendo a verdadeira paixão que ficara adormecida. Mas um dia ... O sonho tornar-se-á realidade, e aí estão. Ao longo dos anos conheci vários casos como os que vou enunciar. Juliano Louceiro que fora enorme na arte de pegar toiros, certo dia tirou a prova de cavaleiro praticante. Armando Ricardo Alves, o popular “Tomix”, que recebeu a alternativa. José Pisco, já falecido, licenciado em Engenharia, que se tornou novilheiro. Lourival Bronze, simpática personagem Montijense, que recebeu a alternativa. Agostinho Silva empresário da construção civil e proprietário de uma praça desmontável. Joaquin Miranda, Industrial Catalão, que se tornou empresário taurino, para receber a alternativa de matador de toiros. E hoje Manuel Comba chegou à alternativa, para realizar um sonho antigo, ao atingir o meio século de vida. São casos como estes que são exemplos do Romantismo que encerra a Festa. Foi com dignidade que Manuel Comba se apresentou no tauródromo do Montijo para receber a alternativa das mãos de uma das maiores Figuras do Toureio, João Moura, predisposto a lidar um toiro com idade, peso e trapio. Assim saíram todos os exemplares da ganaderia de São Martinho, propriedade de Frei Elias Salguero. Com humildade, mas feliz, disse: “Espero não vos desiludir e não vos envergonhar” foi desta forma que dirigiu o brinde à sua família, presente numa barreira.
   Manuel Comba teve um colaborador de luxo, o bandarilheiro Pedro Paulino, que recebeu o toiro com três soberbos e eficientes lances de capa, e lhe o colocou em sorte. Foi uma actuação digna, sem grandes cometimentos. Mais desenvolto na ferragem comprida do que na curta, em que sentiu maiores dificuldades nas reuniões, não desmereceu o aplauso unânime do público.
   João Moura esteve em bom plano, batalhador perante um inimigo exigente, valendo-lhe a experiência que o fez alcançar o estatuto de indiscutível Figura.
   Tito Semedo viu goradas as suas boas intenções, ao tocar-lhe em sorte um oponente inlidável que foi recebido à porta da gaiola.
   Marco José rubricou uma grande actuação, quer a lidar quer a cravar, sofrendo já no final da lide, uma violenta pancada no joelho que o obrigou a recolher ao hospital.
   David Oliveira toureou em quinto lugar, por sair inferiorizado o toiro que correspondia a Pedro Salvador e foi recolhido. Esteve esforçado, para quem tão pouco  toureia.
   Pedro Salvador  fechou a corrida de forma notável e emotiva. Ajustadíssimas saíram as reuniões ao piton contrário, que ainda aqueceram mais as bancadas numa noite cálida.
   Com dureza chegaram os S. Martinhos às pegas. Pela Tertúlia Tauromáquica do Montijo, pegaram Francisco Mirrado e Márcio Chapa, pelos de Tomar João Serra e João Oliveira e pelos de Cascais Dário Silva e Joaquim Faísca (de cernelha) e Joel Zambujeira. 
MESTRE JOÃO MOURA CONCEDE A ALTERNATIVA A MANUEL COMBA

PEDRO  PAULINO

MANUEL COMBA

FRANCISCO  MIRRADO

JOÃO  MOURA
JOÃO  SERRA

TITO  SEMEDO
TITO  SEMEDO

DÁRIO SILVA E JOAQUIM FAÍSCA DE CERNELHA
MARCO  JOSÉ

MARCO  JOSÉ
DAVID  OLIVEIRA
PEDRO  SALVADOR
PEDRO  SALVADOR

Sem comentários:

Enviar um comentário