REVISTA OS TOIROS

sábado, 8 de junho de 2013

CORRIDA ATRIBULADA NO

CAMPO PEQUENO

Pouco público na passada quinta-feira dia 6, na Monumental Praça de Toiros do Campo Pequeno, em que se lidaram sete toiros de Varela Crujo Herdeiros, bem apresentados, mas escassos de bravura. Valeu o empenho dos toureiros, para que o espectáculo resultasse agradável, tendo-se vivido os momentos mais altos, no toureio a pé. Luís Rouxinol, João Moura Caetano, António Ferrera, Manuel Dias Gomes e os Forcados Amadores da Tertúlia Tauromáquica Terceirense, formaram o cartaz.

Luís Rouxinol e João Moura Caetano abriram a corrida numa interessante lide a duo. Movimentada e alegre, colocaram ferragem de boa nota, com um toiro que serviu. O forcado Álvaro Dentinho, passou tormentos para consumar a pega de caras.

Luís Rouxinol no quarto da ordem, um manso perdido, rubricou uma actuação esforçada e digna, como é seu apanágio. O inimigo, encrençado em tábuas, tentou ingloriamente retirá-lo, optando por colocar a ferragem a sesgo, em terrenos muito curtos e de grande compromisso. A pega de caras foi executada por Carlos Cabeça.

João Moura Caetano teve pela frente um manso, mal intencionado e com problemas de visão, que lhe não permitiu o desejado êxito. Com investidas bruscas e incertas, ora parando ora correndo, alcançou numa perseguição veloz, o jovem cavaleiro e montada, violentamente junto às tábuas, mas felizmente sem consequências. Tomás Ortins esteve valente nas inúmeras tentativas, consumando em terrenos sesgados, a sorte de caras.

António Ferrera, que substituiu Ivan Fandiño, tem muito cartel em Lisboa, pelos inúmeros triunfos que aqui tem conquistado ao longo dos anos. É um toureiro poderoso, feito ao longo da sua carreira nas chamadas corridas duras. “Victorinos, Miuras, Cebadas Gago, José Escolar, entre outros” fazem parte do seu palmarés, de lidador. Os de Varela Crujo, saíram na sua maioria ásperos, mas tiveram uma vantagem, humilhavam q.b. Recebeu o 3º de capa, por verónicas. Preencheu um tércio de bandarilhas espectacular, com três pares a quarteio. A faena de muleta foi intensa, composta por derechazos. O público gostou, vibrou e aplaudiu-o. O 6º, o “Fabuloso”, era áspero e protestava nos remates por alto. Ferrera recebeu-o com vistosos lances de capa. Voltou com espectacularidade a entusiasmar o conclave. Com a flanela rubra, instrumentou-lhe uma bela faena. Mão baixa, obrigando o inimigo a seguir os voos da sua poderosa muleta, instrumentou-lhe ligadas séries por ambos os lados.

Manuel Dias Gomes, foi receber o “Violento” à porta da gaiola, e este, com violência acometeu sobre o jovem diestro, elevando-o várias vezes ao ar. Viveram-se momentos de angustiosos, que pareciam intermináveis. Manuel recompôs-se, e desenhou verónicas airosas, rematadas com meia belmontina, de bom gosto. Dias Gomes é um toureiro fino, que alterna a depurada arte com que pratica o toureio, com a desmesurada valentia, que ficou patente ontem, nesta corrida. A faina de muleta, iniciada com passes por baixo, foi extensa, com séries por ambos os lados, muito aplaudidas. No sétimo, voltou a brilhar com o percal, nos lances à verónica, rematados com meia “mirando el tendido”. A faena de muleta teve profundidade e bom gosto, com um inimigo que não sendo bravo, investia com nobreza.

Manuel Gama. dirigiu a corrida.