REVISTA OS TOIROS

sábado, 5 de outubro de 2013

CAMPO PEQUENO

ENCERROU TEMPORADA 2013

COM CHAVE DE OURO

Anunciados inicialmente seis toiros da ganaderia Fernandes de Castro, acabaram por sair à arena do Campo Pequeno, apenas os três primeiros da ganaderia titular, sendo completados com outros tantos de Passanha. Antecedida do Cortejo Histórico evocativo das Touradas Reais, teve início a corrida que encerraria a temporada 2013, na Praça de Toiros Capitalina, com um atractivo cartaz composto por João Moura, Joaquim Bastinhas, Rui Salvador, Vitor Ribeiro, Marcos Bastinhas e Jacobo Botero. Dois dos mais brilhantes grupos de forcados estiveram em praça, os de Santarém e de Montemor, que ao longo de décadas rivalizaram nas arenas.

João Moura lidou o “Malaguetero” de 544 quilos, pertencente a Fernandes de Castro, ao qual o Mestre de Monforte deu uma excelente lide, culminada com adornos e um monumental curto aguentando, deixando vir o toiro até ás tábuas e cravando com brilhantismo. Toiro este pegado valentemente por João de Brito.

A Joaquim Bastinhas coube em sorte o “Caratriste” de 608 quilos de peso, e que ao longo da lide andou sempre de cara no ar, não humilhando. Muito ligado ao antagonista, o mestre Elvense desenhou uma lide diversificada e alegre, culminada com um par de bandarilhas, com o toiro já a defender-se. António Vacas de Carvalho, após várias tentativas, logrou fechar-se de caras.

O “Girondino” castanho de pelagem, de 566 quilos de peso, tocou a Rui Salvador, que levou a cabo uma lide esforçada, ante um inimigo de pouca mobilidade, sem fixidez, mas áspero e complicado quando investia, chegando a visitar a trincheira, onde causou o “pânico”. João Goes esteve enorme perante tamanho adversário, acabando por pegá-lo de caras.

Em quarto lugar, passou-se à divisa Passanha. Saiu o “Nocivo” 556 quilos de peso, que tocou a Vítor Ribeiro. Grande lide do cavaleiro, com dois ferros compridos, colocados de frente, foram o “aperitivo” para aquecer as bancadas, que vieram ao rubo, com os quatro curtos seguintes, citados de largo, encurtando distancias, e provocando as investidas do morlaco de escassa mobilidade, que se encontrava nos tércios. Foi o delírio, de uma praça rendida. Francisco Borges numa poderosa pega de caras, fechou-se ao 2º intento. A Praça “explodiu”, obrigando cavaleiro e forcado a darem duas voltas ao redondel.

Marcos Bastinhas lidou o “Impecável” de 596 quilos, e logo de início agarrou o público, pela forma ligada com que bregou o encastado oponente, cravando-lhe excelente ferragem, numa lide movimentada e alegre, terminada com um bem colocado par de bandarilhas. João Torres Vaz Freire com estoicismo, executou ao segundo intento a pega de caras, num rasgo de raça e valor.

E por fim, para pôr termo à função, saiu o “Marinero” de 602 quilos de peso, para o jovem Jacobo Botero, que mandou sair a quadrilha da arena e cravou um enorme ferro comprido . Lide sempre em crescendo do jovem Colombiano radicado entre nós, em que intercalou a excelente brega à consumação da ferragem, numa mui aplaudida lide, demonstrou ter argumentos suficientes para altos voos. João Romão Tavares pegou de caras e ao primeiro intento, um toiro lesto, que se arrancou com prontidão, humilhando no momento da reunião, viajando na cara do oponente até às tábuas.

E depois …Cantou-se o Hino. Até para o ano, se Deus Nosso Senhor Quiser. Com votos que a nefasta crise tenha o seu epílogo, e que possamos assistir a mais, e se possível melhores corridas, com que nos brindou este ano 13, a Bela Praça de Toiros do Campo Pequeno, e que possamos ver renascer a BELA ARTE de lidar toiros a pé, na arena Capitalina.